sábado, 2 de outubro de 2010

Joana, Louca por você!

juan

Joana I nasceu na Espanha, terceira filha de Ferdinando e Isabel I e irmã de Catarina de Aragão (esposa de Henrique VIII). Era bonita, educada, gostava de música, cavalcar e sabia falar três línguas. Enfim, uma dama do mais alto requinte.

Pois bem, Isabel e Ferdinando trataram de fazer logo um acordo que assegurasse um ótimo casamento para ela. Desse modo, Joana foi prometida a Filipe, o Calhorda o Belo.

Para um casamento combinado, até que a coisa pareceu andar direitinho: Joana se apaixonou logo que viu seu príncipe tão belo, e ele se agradou dela. Bodas realizadas, amor à toda, correram logo pro quarto pra começar o que prometia ser uma noite de arromba. E foi. Depois veio a realidade.

 

Como Fazer de seu Casamento um Fracasso

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Filipe, o belo, tinha que aproveitar sua beleza de alguma forma, e a aproveitou da mais prazerosa possível: mulheres, muitas delas. Joana, por sua vez, de sangue quente, foi educada pra tudo quanto foi coisa, menos para aceitar isso. Desenvolveu um ciúme doentio do homem. Os dois começaram a se atazanar, cada um de seu modo.

Filipe mandou seus familiares e criados espanhóis de volta pra Espanha e a coitada ficou desiludida e triste. Desesperada, apaixonada, enciumada e trancafiada em um país estranho, ela começou a ficar paranóica.

E ela endoidou de vez

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Neta de uma louca, era de se esperar que ficasse um pouco desequilibrada. Um dia, ela e seu marido foram à Espanha para ela ser declarada herdeira de sua mãe. Chegando lá, Filipe, do nada, decidiu ir embora: detestava a família da esposa. Pronto. Joana, grávida, ficou danada. Chorava, xingava, mas não podia fazer muita coisa, já que com a gravidez adiantada, teve que ficar por lá. Então aconteceu: Numa noite ela simplesmente enlouqueceu.

Saiu descalça e seminua do castelo e foi se agarrar nos portões do castelo. Não houve uma só alma que pudesse tirar a danada de lá. Nem argumentos de que estava frio, nem nada. Aí o mal já tava feito. Ela não precisava de mais nada pra ficar conhecida como a louca. Em tempos sem twitter e CAM nas nos celulares, a notícia se espalhou como rastilho de pólvora.

Além de endoidar, ela acabou com os nervos de sua família. Enquanto isso, Filipe, em suas longas férias de sua esposa, aproveitava da melhor maneira que conhecia: ficando com outras mulheres. Quando Joana voltou, mais doida do que nunca, ele a trancou em seus aposentos em Bruxelas. Dizia-se que ele ia lá bater nela.

 

Não se Livrará de Mim nem Depois de Morto!

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Quando o casal foi proclamado novos governantes de Castela, Filipe morreu subitamente aos 28 anos. Danou-se tudo. Houve suspeitas de envenenamento e o principal suspeito era seu sogro, Ferdinando. Enfim, não se sabe. O que se sabe é que uma mulher apaixonada não se conforma assim tão facilmente, certo?

Joana enlouqueceu de vez. Desesperada, recusou-se a sair de perto do defunto, e não deixava que nenhuma mulher o visse. De quanto em vez, pedia para abrirem o caixão para que ela pudesse abraçar o amado.

Começou uma viagem sem fim para enterrar o defunto. O cortejo viajava de noite, porque ela chegara à conclusão que perdera a Luz de sua vida. O curioso é que o último filho do casal ela teria após a morte do marido.

 

Como remédio pra doido é outro na porta…

Um monge falou para Joana, certa vez que seu marido ia retornar à vida depois de catorze anos. Ela esperasse tranquilona, isso era coisa certa. Pois bem, ela esperou sentada e nada. Passou o tempo e ele continuou mortinho. Com isso Joana perdeu o restinho de honra que ainda tinha e foi confinada no castelo até morrer.

6 comentários:

M. disse...

Triste fim da louca mulher apaixonada... enfim...

História é Pop! disse...

Adorei, vc escreveu de forma simples e objetiva.
Sempre passo aqui para ler o que vc escreve, só nao estou com muito tempo para comentar.
bjos

História é Pop! disse...

Maxter aprovados representa o e-mail dos meus alunos do ENEM, fico feliz de ve-los aqui no seu blog
bjo

Anônimo disse...

JOANA A LOUCA
O livro narra a saga de uma das personagens mais fascinantes da história europeia dos séculos 15 e 16. Filha dos Reis Católicos, Isabel de Castela e Fernando de Aragão, Joana é oferecida em casamento a Felipe, o Belo, sacramentando uma aliança política com os poderosos Habsburgo da Áustria. - See more at: http://www.europanet.com.br/joanaalouca/#sthash.KHteYvll.dpuf

Unknown disse...

Estou vendo que tens senso de humor!!! Diante De Uma história tão cheia de tragédias, ganância, traição e sofrimento. Casou-se com pior dos homens de sua época e acabou por ser subjugada, humilhada e exilada Como princesa, mulher e mãe. Também fui vítima da arrogância de prepotência dos pais que a obrigaram a seguir o destino que a destruiu. Pobre Moça, nunca teve uma vida feliz.

Ana Cláudia Marques disse...

Pelo menos uma das amiguinhas de Felipe se deu mal: era uma loura muito bonita, dona de uma cabeleira maravilhosa que era seu maior orgulho, e vivia se achando por ter agradado ao rei. Pois sabem o que Joana fez? Juntou algumas damas de confiança e encurralou a dona no saguão do palácio. Armada de tesoura, cortou-lhe o cabelo inteirinho, fazendo dela a precursora do corte à la garçonne. Eu às vezes me pego imaginando como teria sido a História do Brasil se em vez de uma arquiduquesa austríaca Dom Pedro Galinha, perdão, I, teria desposado uma princesa italiana ou espanhola (como nossa prezada Joana) de sangue bem quente... A marquesa de Santos ia penar! :D

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